sábado, 8 de outubro de 2011


São João Calábria
João Orestes Maria Calábria, seu nome de batismo, nasceu em 8 de outubro de 1873, em Verona, Itália, sétimo filho de uma família cristã muito humilde. O pai, Luís, era sapateiro e a mãe, Ângela, uma empregada doméstica e cristã exemplar. Desde pequeno, João teve uma saúde frágil, agravada ainda pela grande fome que atingira a região do Vêneto.

Quando o pai faleceu, teve de interromper o quarto ano do ensino básico para trabalhar como garçom. Com a ajuda de padres amigos da família, começou a estudar para entrar no seminário. Preocupado com os necessitados, desde o início teve a preocupação de visitar os doentes, mas desdobrava-se na catequese das crianças abandonadas, suas prediletas.
Em 1894, foi chamado para o serviço militar. Esta fase, segundo seus orientadores, seria interessante para colocar à prova sua verdadeira vocação sacerdotal. Logo foi escalado para a enfermaria do hospital militar, onde se dedicou de corpo e alma a cuidar dos enfermos.
Após dois anos, retornou ao seminário, onde foi aprovado como noviço. Mas o seminarista Calábria nunca mais deixaria de visitar o hospital militar. Em 1901, recebeu sua ordenação sacerdotal.
 Em 1907, foi nomeado vigário da Reitoria de São Benedito ao Monte. Lá, devido à sua especial atenção para com as crianças abandonadas, criou, no mesmo ano, uma casa de acolhida para elas, chamada "Casa dei Buoni Fanciulli", isto é, "Casa dos Bons Meninos", cuja sede depois foi transferida para a próxima cidade de São Zeno, onde hoje está a Casa-mãe. Em breve, os lares para as crianças abandonadas foram se estendendo por toda a Itália.
Em decorrência dessa obra, ele acabou fundando também duas congregações religiosas. Primeiro a masculina: dos Pobres Servos da Divina Providência; logo depois o ramo feminino: das Pobres Servas da Divina Providência. A orientação básica que o fundador costumava repetir aos seus religiosos, colaboradores leigos e aos jovens dos lares que criou era muito simples, como foi toda a sua vida: "Sejam evangelhos viventes". Com isso lhes pedia para encontrarem o amor de Deus vendo o irmão necessitado como a única fonte para poder sentir e demonstrar a verdadeira Paixão de Jesus Cristo pela humanidade.
João Calábria faleceu no dia 4 de dezembro de 1954, na Casa-mãe de suas obras, em São Zeno. O papa Pio XII, que na ocasião também estava doente, quando recebeu a notícia da morte de padre Calábria, cuja vida acompanhou e admirava, assim o definiu: era um "campeão de evangélica caridade". Canonizado pelo papa João Paulo II em 1999, a data comemorativa oficial da memória de são João Calábria ocorre no dia 8 de outubro, em vez de 4 de dezembro, por uma especial autorização concedida, a pedido das congregações, pela Santa Sé.
São João Calábria, rogai por nós!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Espiritualidade

Síntese da obra “O céu começa em você” de Anselm grün  

   Introdução: O autor em sua obra procura buscar inspiração na rica fonte de espiritualidade cristã vivida pelos primeiros monges por volta dos anos 300 a 600 dC. O mais interessante é que esta espiritualidade encontrada nos monges vem ao encontro das necessidades e anseios atuais. Esta espiritualidade é conquistada a partir da base e começa em nós mesmos, em nossos pensamentos, sentimentos e paixões. O caminho que nos leva para Deus, segundo os padres do deserto, conduz a uma percepção e a um encontro muito intenso conosco mesmos. O que os padres do deserto nos ajudam a descobrir é que não se fala aí meramente sobre os homens e sobre Deus, mas que suas palavras provêm de um sincero autoconhecimento e de uma verdadeira e real experiência de Deus. A espiritualidade dos primeiros monges é mistagógica, ou seja, ela conduz para dentro do mistério de Deus e do homem.

1. A ESPIRITUALIDADE A PARTIR DA BASE
   Os padres do deserto nos ensinam uma espiritualidade a partir da base. Para eles o caminho para Deus sempre conduz ao autoconhecimento. Evágrio Pôntico afirmou: “Se queres conhecer a Deus, aprende primeiramente a conhecer a ti mesmo!” Sem o auto conhecimento corremos o perigo de nossos pensamentos sobre Deus serem meras projeções.
   O paradoxo do nosso caminho espiritual está no fato de subirmos para Deus à medida que nos rebaixarmos até a nossa realidade. É desta forma que entendemos a palavra de Jesus que diz: “Quem se humilha a si mesmo, será exaltado” (Lc 14,11; 18,14).
   É descendo para dentro de nossa condição terrena que nós entramos em contato com o céu, com Deus. Pois quando criamos coragem para descer até nossas próprias paixões, elas nos elevam a Deus. Por ser esta humildade o caminho mais difícil e desprezível para chegar a Deus, por isso que foi tão exaltada pelos padres monásticos. Pois aquele que almeja o céu com facilidade, nada encontra além de sua imagem pessoal a respeito de Deus e suas próprias projeções.
   O que precisamos fazer é através dos pecados, mergulhar dentro de nossa profundidade, porque é a partir do mais baixo que poderemos ascender até Deus. Somente o humilde é quem esta preparado a abraçar seu húmus, sua humanidade, sua terrenidade, sua sombra, experimentará o Deus verdadeiro. Para os monges é a humildade que os anima a buscar a verdade e os faz abraçar sua própria terrenidade e humanidade.
   O que é a humildade? Um ancião respondeu: humildade é uma grande obra; uma obra divina! O caminho para humildade, porém deve ser este: realizar trabalhos corporais, considerar-se um homem pecador, submeter-se a todos. O submeter-se a todos significa não prestar atenção às falhas dos outros, mas antes estar atento para as próprias falhas.
   Desta forma o caminho para Deus passa pelo encontro comigo mesmo, pelo rebaixamento para dentro de minha realidade.

2. PERMANECER EM SI MESMO
   Os patriarcas aconselham repetidamente aos monges permanecer na cela, a auto-suportar-se e a não fugir de si mesmo. A cela é sinal da morada do monge, um pequeno espaço que o monge construiu para si mesmo e lá permanece a maior parte do seu tempo. Nela ele permanece em oração e meditação. É também nela que ele trabalha.
   O permanecer na cela, quer dizer, o suportar-se a si mesmo, é o pressuposto para todo real progresso espiritual como também para a maturidade humana. Não existe homem maduro que não tenha tido a coragem de suportar-se a si mesmo e de encontra-se com sua própria verdade.
   A espiritualidade dos monges é sincera. Ela não passa por cima da realidade humana. O caminho para Deus, ao contrário, passa pelo autoconhecimento. Os monges não falam sobre Deus, eles o experimentam. Eles procuram afastar todas as possibilidades de dispersão, a fim de poderem direcionar o espírito completamente para Deus.
  O permanecer no interior da cela para o monge é um teste da realidade, pois se ele é capaz de suportar este enfrentamento consigo mesmo, onde nada é capaz de lhe tirar a atenção então, neste momento à verdade lhe atinge. Esta verdade em princípio pode ser até cruel, mas é ela que liberta. Desta forma que o monge irá ver se sua vida é coerente, irá ver se a imagem que ele tem de Deus é autêntica. Para os padres do deserto o interior da cela é um lugar de cura, pois justamente em seu interior é possível experimentar o amor de Deus e sua proximidade salvadora.
   Somente quando o monge vence esta etapa, poderá experimentar a cela como céu, o céu se abrirá sobre ele e sua pequena cela respirará a amplidão do céu, porque Deus mesmo está morando nela.

3. DESERTO E TENTAÇÃO
   O deserto é um dos grandes temas do monaquismo. Os monges vão conscientemente para o deserto para estarem a sós consigo mesmos e para procurar a Deus. O deserto era considerado pelos antigos como a morada dos demônios.
   Porém, o deserto não é somente a arena dos demônios. O deserto também é o lugar em que não é possível esconder-nos de nossa própria verdade. O deserto é o lugar em que somos confrontados mais cruelmente conosco mesmos e com nossas regiões mais sombrias. O deserto também é o lugar onde sentimos a maior proximidade de Deus.
   Deus conduz os monges ao deserto para ali suportarem a luta com os demônios e para, através da luta, poderem entrar no país da paz, no pais da visão de Deus. Desta forma os monges experimentam o deserto como o lugar em que Deus lhes está bem próximo, o lugar onde podem sentir o amor de Deus de uma forma mais intensa por não estarem impedidos por nenhuma sedução mundana. Para isso o monge precisa assumir esta luta com os demônios.
   A vida humana é marcada por conflitos constantes. Nós não podemos simplesmente vegetar. É preciso enfrentar os ataques que a vida eventualmente nos apresenta. É através das tentações que o homem obtém um faro do Deus verdadeiro. Sem tentações o homem estaria no perigo de apoderar-se de Deus e torná-lo inofensivo e inócuo. Pela tentação, porém, o homem experimenta existencialmente a sua distância de Deus, sente a diferença entre o homem e Deus.
   Os monges vêem as tentações com uma perspectiva positiva, Pois elas são um desafio para eles. As tentações os obrigam a cravar suas raízes ainda mais profundamente em Deus e a depositar toda a sua confiança nele. As tentações revelam para os monges que eles são incapazes de as vencerem somente com suas próprias forças e, por isso, a necessidade de confiar plenamente em Deus para conseguirem superá-las.
  Antes da tentação a pessoa reza a Deus como uma pessoa estranha. Porém, após ter suportado a tentação por amor a ele sem se deixar transtornar por ela, logo Deus a considera como alguém que lhe fez um empréstimo e tem o direito a dele receber juros. É como um amigo que por causa dele bateu contra o poder do inimigo.
   A tentação abriga-nos a lutar. Porque sem luta não há vitória. Vencer, porém, jamais é mérito nosso. Nós precisamos fazer a experiência de que, através da luta, Cristo age em nós e, de repente, nos liberta da luta constante e nos dá uma profunda paz.
   Estar consciente das tentações sem deixar-se dominar por elas é um caminho que nos mantém vivos, um caminho que sempre de novo nos recorda que nós mesmos não podemos tornar-nos melhores, mas tão somente Deus poderá transformar-nos muito.

4. ASCESE
   Os monges falam detalhadamente da luta que a vida com Deus exige. A vida no deserto é uma luta constante com os demônios e leva o monge a ter um trabalho constante. A ascese é um sentido ético, um exercício para um comportamento virtuoso. A ascese diz respeito a algo positivo, que é o exercício para a aquisição de uma atitude religiosa. Para os monges a ascese consiste no exercício pelo qual o ser humano se exercita numa atitude de “apatheia” que significa paz interior em que está aberto para Deus. Porém, para os padres do deserto este estado de paz sempre se origina da luta.
   Quando o monge atinge a paz interior, ele também alcança a pureza de coração que é um estado de clareza e pureza interior, de amor como abertura para Deus. Para alcançar este estado é necessário lutar. Portanto, para alcançar a pureza de coração e o amor, é necessário que façamos tudo por meio de obras ascéticas, pois elas são os instrumentos que podem libertar nosso coração de todas as paixões que nos atrapalham para a plenitude do amor.
   A ascese consiste sobretudo em tornar o corpo dócil e em subjugar as próprias vontades, em tornar-se senhor dos instintos e livre em relação às próprias necessidades.

5. CALAR E NÃO JULGAR
   Um sinal para saber se a ascese conduziu os monges para Deus é o não julgar. Por mais que o monge jejue com rigor e por mais que trabalhe duramente, isso tudo de nada adianta se, apesar disso, ainda fica a julgar os outros. Neste caso, a ascese apenas o faz se vangloriar-se diante dos outros. Ela serviu apenas para a sua soberba, para o aumento de sua auto-estima.
   Mas para quem, através de sua ascese, se encontrou a si mesmo, para quem agüentou ficar na cela, quando a repressão tende a ser maior, todo o julgamento sobre os outros passa como brisa. Por isso a maioria das sentenças dos patriarcas exortam a permanecer em si mesmo, a confrontar-se com a própria verdade e a não julgar os outros.
   Para os monges, o não julgar não é somente um critério para a ascese autêntica, mas também um auxílio para encontrar apropria serenidade interior.
   O julgamento não nos proporciona serenidade alguma. Pois, enquanto julgamos os outros, experimentamos inconscientemente que nós também não somos perfeitos. Desta forma renunciar o querer julgar os outros ou condená-los é um caminho para a paz interior conosco mesmos. Deixar os outros serem simplesmente como eles são, isso também, é uma maneira de sermos mais nós mesmos.
   Os monges exercitam a virtude do calar-se não como um fim em si mesmo, mas para se unirem a Deus. O calar é antes de tudo, a arte de estar plenamente presente, de admitir sem reservas o momento presente. O objetivo do calar é unir-nos com Deus, é estar de tal modo abertos para ele que ele possa preencher nossos pensamentos e sentimentos, que possamos experimentá-lo no fundo de nosso coração, que possamos presenciá-lo como a fonte de nossa interioridade, como fonte divina inesgotável.

6. A ANÁLISE DOS NOSSOS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS
   O encontrar-se consigo mesmo, a que os monges aspiram e no qual eles vêem uma condição prévia do encontro com Deus, é antes de mais nada, um encontro com os seus pensamentos e sentimentos do próprio coração.
   O patriarca Evágrio está convencido de que grande parte de nosso caminho espiritual consiste em prestar atenção às paixões de nosso coração, em conhecê-las e tratá-las adequadamente. A finalidade deste tratamento é o estado da paz interior e serenidade. Na apatheia as paixões já não se combatem entre si, mas entram em harmonia com as outras. Evágrio chama também a saúde da alma de apatheia. A alma torna-se saudável quando ela entra em harmonia consigo mesma, quando está preparada para o amor, pois somente o homem que alcança o estado de apatheia é capaz de amar realmente.
   O conhecimento exato das emoções e paixões é a condição prévia para podermos lidar adequadamente com elas. A meta de nossa luta é atingir o estado de liberdade interior. Esta meta nada mais é do que um modo maduro de lidar com minhas emoções, ter um relacionamento equilibrado com minhas paixões. É um modo de estar em paz comigo mesmo e com minha sombra, minha totalidade, na qual a sombra é integrada e serve à aspiração espiritual.
   Os padres do deserto deixaram em seus escritos experiências com as paixões de nosso coração e as forças de nosso inconsciente:
   1) Ao âmbito da cobiça estão relacionados os vícios da gula, da luxúria e da cobiça. Comida, sexualidade e posses são três instintos básicos do homem que ele não pode simplesmente cortar ou ignorar, pois eles também o estimulam a viver. Importa saber se nos deixamos dominar por estes instintos ou se somos capazes de utilizá-los de forma que nos impulsionem no caminho para a vida e para Deus.
   2) Ao âmbito emocional estão relacionados três paixões: a tristeza, a cólera e a acídia. A tristeza sobrevém, algumas vezes, quando o ser humano não realiza seus desejos. Às vezes, ele vem acompanhado da cólera. A cólera é a mais forte das paixões. Com efeito, diz-se que é uma ebulição da parte irascível da alma e uma indignação contra quem lhe fez algum ultraje ou quem se presume que tenha feito. A acídia é a incapacidade de fazer-se presente no momento atual. Não se tem apetite nem para o trabalho nem para a oração. Nem mesmo o saborear o não fazer nada. Pois sempre se está com os pensamentos noutro lugar. A ascídia é uma expressão de fuga da realidade. Não se aceita encarar a sua própria realidade.
   3) As três paixões da esfera espiritual são:
   a) A Ambição: consiste no contínuo vangloriar-se diante dos outros. Tudo é feito unicamente para ser visto pelas outras pessoas.
   b) A Inveja: mostra-se na contínua comparação de si mesmo com os outros. Não sou capaz de encontrar-me com nenhuma pessoa sem comparar-me a ela. De um modo geral procuro desvalorizar o outro no intuito de revalorizar-me a mim mesmo.
   c) A Soberba: torna as pessoas cegas. O soberbo se identificou a tal ponto com sua imagem ideal, que se recusa a encarar a própria realidade. o demônio da soberba provoca na alma as piores quedas. Ele seduz o monge a não procurar em Deus a razão de suas ações virtuosas, mas em si mesmo.

7. O TRATAMENTO DAS NOSSAS PAIXÕES
   Para os padres do deserto a disciplina é um ótimo caminho para não se reprimir os instintos, mas formá-los para que possam estar à nossa disposição como forças em potencial. Superamos a tristeza quando nos afastamos da dependência do mundo, quando nos desprendemos daquilo que estamos presos, quando nos libertamos interiormente.
   O que nos ajuda, antes de ir dormir, é refletir sobre a ira e livrar-se dela, a fim de que ela não se fixe através do inconsciente no sonho, vindo manifestar-se no dia seguinte como insatisfação difusa. Pois, se nós, durante a noite, levarmos a ira conosco, perderemos o controle sobre nós mesmos.
   Perante a acídia os padres do deserto nos relatam que devemos permanecer em nossa cela e suportar aquilo que acontece em nosso interior. A acídia é a maior das tentações, porém ela tem como resultado uma maior purificação da alma.
   Diante da ambição os padres do deserto recomendam usar a recordação. Devemos recordar-nos de onde viemos, com quais paixões tivemos que lutar e como não foi mérito nosso que tenhamos vencido, mas sim, foi Cristo quem nos amparou nas lutas.
   O remédio mais eficaz é a contemplação, não terá mais valor algum aquilo que outras pessoas pensam a nosso respeito, pois teremos encontrado o nosso fundamento em Deus. O diálogo com os pensamentos é conveniente sobretudo no caso do medo, poie ele também tem o seu significado. Sem o medo nós não teríamos medida, querendo cada vez mais exigir de nós mesmos.

8. A FORMAÇÃO ESPIRITUAL DA VIDA
   Para os monges é muito importante a maneira como eles estruturam concretamente seu dia e que exercícios praticam. À primeira vista, isto parece algo exterior. Na realidade, porém, aí se decide se a vida será bem-sucedida ou não. Pois uma espiritualidade sadia necessita também de um estilo de vida sadio.
   O patriarca Pambo nos ensina 3 exercícios para chegar a maturidade espiritual:
a) Jejuar durante o dia todo;
b) Manter-se em silêncio, (calar);
c) Muito trabalho manual.
   A espiritualidade dos primeiros monges tem a força de formar e transformar a vida. A espiritualidade dos monges produziu uma cultura de vida. Ela nos desafia ainda hoje a nos deixarmos penetrar espiritualmente por ela, a cultivar uma vida espiritual que se torne visível também exteriormente.

9. MANTENDO A MORTE DIARIAMENTE DIANTE DOS OLHOS
   Os monges vivem na consciência de sua morte. E isso os torna interiormente mais vivos e mais presentes. O pensar na morte liberta-os de todo medo. O pensar na morte tira de nós o medo porque paramos de depender do mundo, de nossa saúde e de nossa vida.
   O pensar na morte também nos possibilita viver e experimentar conscientemente cada momento como dádiva da vida e saboreá-la dia-a-dia. A pessoa que mantém a morte diante dos olhos o tempo todo supera facilmente a tristeza e a estreiteza da alma.

10. A CONTEMPLAÇÃO COMO CAMINHO DE CURA
   O ser humano não pode ser curado em seu interior somente com disciplina. O lidar com os pensamentos e os exercícios concretos são um bom auxílio para as paixões se aquietarem e a alma se tornar saudável. Porém, somente a contemplação é que produz a cura verdadeira.
   A contemplação é a oração pura é a oração continuada, a oração acima dos pensamentos e sentimentos, a oração da união com Deus. A dignidade humana consiste em unir-se a Deus através da oração.
   Pela oração, o homem deve libertar-se primeiramente de suas paixões e, sobretudo, da ira e das preocupações. É através da oração que o homem vê sua própria luz. E é por esta luz que ele descobre a sua própria natureza, que é toda reluzente e tem parte na luz de Deus.
   O caminho espiritual dos primeiros monges é um caminho místico e mistagógico, um caminho que nos conduz para dentro de Deus. A meta do caminho espiritual, segundo os monges, é unir-se ao Deus Uno e Trino.
   É através da oração que podemos mergulhar no espaço do verdadeiro silêncio; silêncio em que tudo está salvo, curado e integrado; silêncio onde sentimos uma profunda paz, apesar de todas as feridas e humilhações.

11. A MANSIDÃO COMO SINAL DO HOMEM ESPIRITUAL
   A finalidade do caminho espiritual não está no grande asceta, naquele que jejua com perseverança, no homem conseqüente, mas no homem manso. A mansidão é sinal do homem espiritual. A mansidão é um sinal de que nós compreendemos a Cristo e de que o estamos seguindo.
   Um homem manso atrai e interessa a muitas outras pessoas. O homem que encontra a sua mansidão não precisa persuadir os hereges para a fé a partir de sua ortodoxia, ele não tem necessidade de evangelizá-los. Sua mansidão é um testemunho suficiente de Cristo. Quem encontra a sua mansidão, encontra a Cristo e irá reconhecê-lo através dela.
   A mansidão e a misericórdia são os critérios de uma espiritualidade autêntica. Somente quando os homens se tornarem mansos e tratarem seus semelhantes com misericórdia, somente então passarão a anunciar uma espiritualidade que seja ao modo de ser de Cristo.

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
   Para muitos, as sentenças e os escritos dos padres do deserto, parecem estar muito distantes de nossa realidade. Nem sempre é fácil penetrar nesta linguagem tão diferente de nosso cotidiano. Porém, no momento em que descobrirmos a sabedoria que reside nas palavras dos padres do deserto, dificilmente as abandonaremos. Elas são uma fonte não só para a vida espiritual, mas também para a psicologia.
   Os monges nos ensinaram que o anseio por Deus é o que os estimula a ir para o deserto, a lutar de modo conseqüente com as paixões e a se manter a ascese. Deus para eles é pura e simplesmente a realidade. É por causa de Deus que eles abandonam o mundo e enfrentam com coragem a luta. Fica evidente que os monges já sentiram o gostinho de Deus e por isso não descansam enquanto não o tiverem encontrado.
   Os padres do deserto afirmam que somente através do caminho do encontro franco conosco mesmos, através da obediência, escutar os nossos pensamentos e sentimentos, aos nossos sonhos, ao nosso corpo, ao nosso trabalho e ao nosso relacionamento com as outras pessoas, chegaremos ao Deus que tudo transforma. O que os monges nos querem transmitir hoje é seu otimismo, isto é, que somos pessoas capazes de trabalhar-nos, que não estamos entregues irremediavelmente aos nossos planos e à nossa educação ou mesmo às situações sociais, mas que vale a pena formar-nos e transformar-nos, por meio da ascese, até que a imagem de Deus que está em mim resplandeça límpida.
   Podemos encontrar o nosso verdadeiro eu, isto é haveremos de encontrar Deus que, através da oração e da contemplação, nos cura de nossas mais profundas feridas e acalma os anseios de nosso coração.

Jorge Francisco Heiss Hahn*


*Acadêmico do III semestre do bacharelado em Teologia, na Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (Itepa Faculdades).
KENIA- PRIMAVERA

Kennia lança seu primeiro CD solo, intitulado "Primavera".

Kennia é de Caratinga-MG e começou a cantar ainda criança nas coroações à Nossa Senhora e nas peças teatrais de sua comunidade paroquial. Durante a adolescência, também cantava em missas, grupos de oração, retiros e encontros. Aos quinze anos foi premiada por sua primeira composição musical que foi gravada e tocada em todas as rádios da região. Nesse momento decidiu montar uma banda e cantar em shows e encontros da região.

Desde 2001, mora em Belo Horizonte e estuda música na UFMG. Durante algum tempo, participou da Comunidade e da Banda Nova Aliança onde viajou por todo o Brasil e Portugal. Hoje, trabalha com coral, musicalização infantil e trabalhos sociais relacionados à música.

Kennia decidiu então, lançar seu CD solo, pois sentiu o chamando a ser um instrumento de Deus através da música. Cantar as maravilhas que Deus fez em sua vida e através de suas canções levarem os outros a um encontro pessoal com Deus.

No show da CODIMUC, dia 20 de abril de 2005 no Credicard Hall, fez grande sucesso com sua música e com certeza, será a cantora revelação do ano de 2005.

01 Novo Tempo
02 Primavera
03 Fez Em Mim Maravilhas
04 Descerá
05 Vem Cantar
06 Valer a Pena
07 Momento de Graça
08 A Minh?alma Tem Sede de Deus
09 És Filho
10 Herança
11 A Vida é Bela
12 És Tu Que Eu Amo
13 A Fonte
14 Voltei, Senhor
15 Vida
16 A Vida é Bela - Ao Vivo 



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JUDAS E JESUS

Sinopse: Judas Iscariotes. Um humilde vendedor de vinho, com um toque de froz rebeldia. Ressentido com o tratamento recebido por seu povo pelos opressores romanos, Judas quer ação radical. Ouvindo rumores de um Messias entre eles, Judas acha que chegou a hora. Ele procura Jesus de Nazaré, o calmo profeta, que prega o amor, cura os doentes e conduz a cena. Bem recebido no seu grupo de discípulos, Judas cai imediatamente nas graças de Jesus. Mas as tensões logo surgem. Enquanto Jesus demonstra poderes espirituais e rejeita a violência, Judas tem em mente táticas mais concretas. Esse conflito de ideias e ciúme de Judas conspiram com os acontecimentos. Quando as autoridades se aproximam, Judas se deixa cometer a pior das traições. O destino de Jesus é selado com um beijo.

Tamanho: 258 mb
Formato: rmvb
Hospedagem: Megaupload


DOR E SILÊNCIO
Algumas pessoas tem o dom de perceber e sentir a mesma intensidade o sofrimento do próximo, esses são anjos enviados a nós no momento de sofrimento, para nos ajudar com palavras ou com o simples silêncio de uma boa companhia.

O autor Leo Buscaglia foi certa vez convidado a ser jurado de um concurso numa escola, cujo tema era: "A criança que mais se preocupa com os outros".

O vencedor foi um menino cujo vizinho - um senhor de mais de oitenta anos - acabara de ficar viúvo.

Ao notar o velhinho em seu quintal, em lágrimas, o garoto pulou a cerca, sentou-se no seu colo e ali ficou por muito tempo.

Quando voltou para sua casa, a mãe lhe perguntou o que dissera ao pobre homem.

- Nada - disse o menino - Ele tinha perdido a sua mulher e isso deve ter doído muito. Eu fui apenas ajudá-lo a chorar.

As vezes o silêncio ajuda muito mais do que palavras. Há coisas que nos acontecem e nada que nos digam naquela hora é capaz de nos confortar, somente o tempo cura e ameniza o sofrimento, mas não somente o tempo e sim a nossa vontade de seguir a diante apesar de algumas percas que acontecem em nossas vidas. Somente nós podemos curar nossas feriadas, guarde os momentos bom para sempre, o que foi ruim esqueça, pois de nada adianta ficar guardando magoas em seu coração.



Colaborador: Everton Fernandes

Artigo

Para uma Igreja na pós-modernidade

   A Igreja não é do mundo, mas está inserida no mundo. É neste sentido que a temporalidade impõe à Igreja a árdua tarefa de transformar-se continuamente, tendo presente o grande desafio de dar uma resposta significativa ao mundo de hoje, sem deixar descaracterizar sua mensagem central. Em outras palavras, busca-se dialogar de uma forma madura com o pensamento e a organização da sociedade contemporânea de forma a gerar um crescimento mútuo.
   Os homens de nosso tempo são testemunhas de um momento ímpar na história da humanidade. Somos os responsáveis pelo futuro de uma sociedade que desafia continuamente seus próprios limites, tendo a racionalidade científica na vanguarda deste movimento. Tudo passa cada vez mais depressa, de modo que uma pessoa que tenha hoje 80 anos viu mais transformações do que as ocorridas em todo o milênio anterior. Ao mesmo tempo em que isso abre um enorme leque de possibilidades, torna-se extremamente difícil à própria humanidade acompanhar tamanho feito.
   A urbanização massiva é uma das mais evidentes provas da mudança de paradigma. 2007 foi um ano histórico em que mais da metade da humanidade passou a viver em cidades, firmando de vez o predomínio da cultura urbana. Os novos ditames giram em torno da criação de um novo modelo de relações, potencializado com o advento da era digital e da cultura midiática.
   O rompimento na transmissão da cultura e, consequentemente, da fé entre as gerações apresenta-se como um dos maiores desafios para a Igreja. Este meio privilegiado e natural de difusão da fé perde terreno a cada dia, colocando em xeque a capacidade da Igreja em usar de outros meios para penetrar nas veias da sociedade contemporânea. Aqui reside a questão chave: como converter ou adequar as estruturas existentes – senão reconstruí-las por completo – com a finalidade de permitir que a Palavra da Igreja possa ser ouvida nos novos areópagos? Paulatinamente é perceptível que a organização em torno do sistema paroquial não assume por si só um local de destaque frente a todos os encantos e possibilidades abrigados pela cidade. A Igreja passa a ser apenas mais uma instituição entre tantas, com uma “função” específica na sociedade, mas sem capacidade de influência no que concerne aos seus valores fundamentais, isso quando não passa completamente despercebida.
   Ora, a partir do momento em que prevalece a estrutura – exatamente aquilo que o Congresso Teológico 2011 se propôs a discutir – fica claro quão forte é o secularismo que estrangula a Igreja. A busca pela renovação das estruturas remete a novos referenciais capazes de inserir a Igreja em todos os ambientes, na integralidade da vida pós-moderna. Esta meta coloca a necessidade de partir de baixo, a partir de experiências que ao mesmo tempo se insiram na dinâmica de vida atual e sejam capazes de contribuir na edificação de referenciais seguros aos homens de nossos tempos. A Igreja primitiva, expressa no ideal das primeiras comunidades, buscava ser um ponto de apoio frente a uma sociedade opressora e idólatra. A partir desta experiência o cristão edificava sua vida de acordo com os princípios do Evangelho. Hoje eles embarcaram com a crise estrutural, também porque não conseguem mais contribuir nos ambientes de convívio e interação.
   Quem faz a experiência de vivência dos valores evangélicos não tem dúvida de que eles podem cooperar imensamente com o mundo de hoje. A espiritualidade é fundamental para contribuir com as escolhas necessárias. Aliás, aqui aparece outra característica marcante de nossos tempos: são infinitas as opções e estilos, modos de ser; cabe a cada um desenvolver critérios de vida frente à enorme crise da moral. A estrutura ajuda, mas – seja ela qual for – nunca pode esquecer-se de que Deus tem um maravilhoso plano para a humanidade, capaz de potencializar o sentido da existência humana na terra.
   A proposta que se pretende apresentar aqui é a de uma inserção verdadeira e profunda do cristão no mistério da fé. No seu berço a Igreja tinha uma grande ênfase querigmática, valorizando a experiência da conversão sincera, de modo a inserir a pessoa que assim quisesse na profundidade da vida cristã. Apesar dos grandes feitos dos primeiros séculos, a experiência primitiva não se apoia em uma Igreja das multidões. Antes, de trata de um grupo bem consciente e com uma fé vigorosa e testemunhal, capaz de fazer do testemunho seu grande referencial. Esta prática e vivência de fé despertava interesse neste modo todo especial de ser. Com isso, a Igreja foi crescendo.
   Com o tempo esta característica originária cedeu lugar a uma religião das massas, que foi perdendo seu elã. A Igreja das casas cedeu lugar aos grandes templos. Esta estrutura parece ser necessária e muito útil ao culto, mas até que ponto ela consegue ser um espaço de iniciação cristã? Em um momento histórico em que a sociedade está perdendo seus referenciais cristãos, urge a constituição de novos espaços capazes de suprir esta necessidade. Não seria o momento de voltarmos às pequenas comunidades como base eclesial? Não é delas que devem brotar as experiências de fé capazes de atrair o motivar para a vivência dos ensinamentos de Jesus?
   As iniciativas no sentido proposto tendem a contribuir na evangelização, aliviando a carga e o peso das “estruturas caducas”. Claro que não se pode imaginar este movimento apenas como a transferência do mesmo modelo vigente, criando como que “mini paróquias”. Pelo contrário, é preciso investir na formação e conversão dos próprios líderes de hoje, tornando aptos a testemunharem o evangelho, despertando para a consciência de que é preciso crescer na fé e assumir a missão de batizados. Busca-se assim, fazer de cada cristão um difusor da Palavra de Deus, seja por atos ou palavras, despertando os que estão na sua esfera de convívio para a busca da mesma experiência. Com esta ênfase é possível tornar a paróquia, mais dinâmica, enriquecendo-a e transformando-a aos poucos, a partir de baixo.
   Como não é o objetivo deste texto apresentar um modelo pronto, mas apenas uma perspectiva de atuação, permanece o grande desafio de conversão, sempre apontando para aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.


Eberson Fontana*


*Acadêmico do III semestre do bacharelado em Teologia, na Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (Itepa Faculdades).
Evangelho Lucas 1,26-38     Sexta-Feira, 7 de Outubro de 2011

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Naza­ré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”

29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.

34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.

38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.
A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus.
A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.
Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: "Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério".
Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas - por isso Rosário - é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Lc 11,5-13

Evangelho do dia

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá.
11Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”

- Palavra da Salvação.

São Bruno

06 de outubro
São BrunoHoje lembramos o santo que se tornou o fundador da Ordem dos Cartuxos, considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, e que atravessou a história sem reformas.

Filho de família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1032. Quando alcançou idade foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio, e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local, até que já, cinquentenário e cônego, amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa.
Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se a uma região chamada Cartuxa com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. Isto se deu graças a um sonho que São Hugo teve. Neste sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso. Após este sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete varões, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras onde São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus. Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e à meditação das coisas divinas, ofícios litúrgicos comunitários, obediência aos superiores, trabalhos agrícolas, transcrição de manuscritos e livros piedosos.
Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), teve ele que obedecer ao Vigário de Cristo, já que o queria como assessor, porém, recusou ser Bispo e após pedir com insistência ao Sumo Pontífice, conseguiu voltar à vida religiosa, quando juntamente com amigos de Roma, fundou no sul da Itália o Mosteiro de Santa Maria da Torre, onde veio a falecer no dia 6 de outubro de 1101.
As últimas palavras foram: "Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue, verdadeiros, de Jesus Cristo".

São Bruno, rogai por nós!